Detalhes da Notícia

O projeto piloto  MAVI (Modelo de Apoio à Vida Independente) foi alvo de uma avaliação intercalar, durante o último ano. 

Por forma a divulgar esses dados junto da comunidade, o Instituto Nacional para a Reabilitação, I.P. (INR) realizou a "Conferência Pública De Divulgação Da Avaliação Intercalar Do Modelo De Apoio À Vida Independente Em Portugal", no passado dia 13 de julho, quarta-feira, às 14H30, no auditório do CITEFORMA, na Av. Marquês De Tomar N.º 91, 1069-181 Lisboa.

A abertura do evento contou com a presença da Senhora Secretária De Estado Para a Inclusão, Ana Sofia Antunes. Seguidamente foram apresentados os resultados da avaliação intercalar, pelo Prof. Dr. Luís Capucha, coordenador do estudo no CIES - ISCTE. 

Por forma a ouvir de viva voz, a avaliação dos intervenientes diretos neste projeto, realizou-se uma mesa redonda, moderada por Fernanda Sousa,  Coordenadora da Equipa Técnica MAVI, no INR,I.P., com a presença de três pessoas destinatárias de assistência pessoal, um assistente pessoal e um elemento representante das equipas técnicas.

Seguiu-se um espaço de debate, onde foram colocadas questões pelos presentes e que se focaram essencialmente no funcionamento e futuro deste projeto.

A sessão de encerramento deste evento ficou a cargo de Domingos Lopes, Presidente Da Comissão Diretiva do POISE e de Humberto Santos, Presidente do Conselho Diretivo do INR, I.P.

O sumário executivo a cargo da equipa de avaliação, conclui o seguinte: “Tendo por base os resultados obtidos, quer por via quantitativa , quer qualitativa , podemos assim inequivocamente afirmar,  que foram obtidas evidências muito sólidas que não só comprovam todos os pressupostos enunciados na Teoria do Programa do MAVI, como também elucidam que a sua operacionalização foi ainda mais além do esperado em tese, ao contribuir igualmente para o descanso e da autonomização das famílias destas pessoas. Dito de uma forma mais específica, os indicadores obtidos comprovam que o recurso à assistência pessoal, enquadrado pelos CAVI, promoveu uma clara melhoria da autodeterminação e inclusão da esmagadora maioria dos destinatários, diminuindo significativamente o risco de institucionalização, da sua dependência familiar, transformando assim radicalmente percursos de vida, expectativas, sonhos e comportamentos pessoais face à dependência e autonomia.  

Através dos resultados do estudo em apreço foi, pois, possível concluir que o MAVI contribui de forma muito positiva para responder ao principal problema social identificado na deficiência e que se prende, por um lado, com os deficits de autodeterminação e de empoderamento destas pessoas e, por outro, da normalidade com que assiste à sua exclusão dos mais diversos contextos sociais e da participação cívica. Ademais, como se referiu anteriormente, a rotura com obrigatoriedade de dependência da família para a prestação de cuidados/apoio, veio a consubstanciar uma mais-valia “win-win”. Falamos de uma mais-valia “win-win”, porque o MAVI possibilitou não só a libertação e autonomização da pessoa com deficiência em relação à família, como também a libertação da família em relação à necessidade imperiosa de ministrar esses mesmos cuidados, potenciando o seu descanso e oportunidades de lazer.”